A cozinha brasileira é mestiça. Índios, negros africanos e europeus de muitos países deixaram suas marcas em nossa alimentação e nos modos de prepará-la.
Dos indígenas herdamos o conhecimento das plantas silvestres, a carne de caça, o milho, o palmito, o maxixe, o tomate, a batata doce, a mandioca, o aipim e outras raízes.
Devemos aos africanos a introdução do azeite-de-dendê e da pimenta-malagueta, elementos típicos da cozinha baiana. Inicialmente usado como combustível, só bem depois o dendê passou a integrar a alimentação, quando os negros puderam empregá-lo na sua cozinha. A cultura africana ainda nos deu o quiabo, o uso da banana na comida e nos ensinou novas maneiras de preparar peixes e aves. Os negros escravos inventaram a famosa feijoada com os restos de porco que os senhores rejeitavam (pés, rabo, orelhas, etc.). Depois da abolição d escravatura, a feijoada foi enriquecida com carnes nobres e hoje é símbolo nacional.
Os portugueses transmitiram gosto por comidas oleosas. Trouxeram o sal, o açúcar, que até então eram desconhecidos pelos africanos e indígenas, o toucinho e os óleos vegetais. O azeite de oliva iniciou no Brasil a técnica das frituras. O ovo de galinha foi outra contribuição dos portugueses, assim como as carnes e peixes salgados, a lingüiça, o presunto, a manteiga, o leite de vaca, as hortaliças, o carneiro, o vinagre e outros gêneros que de tanto usados já se tornaram brasileiros. Dos portugueses herdamos a preocupação com a abundância e a variedade de iguarias à mesa. A doçaria no Brasil é fundamentalmente portuguesa, ainda que hoje seja bem enriquecida com doces imigrantes.
A chegada de imigrantes, a partir do século XIX, acabou enriquecendo ainda mais nossa culinária. Os italianos trouxeram as massas, a polenta, as pizzas e os vinhos, os alemães, os doces folhados, a salsicharia e as cervejas; os sírios libaneses, os quibes a esfiha, os peixes e o exotismo oriental. Num País tão extenso como o Brasil, as diferenças geográficas e climáticas foram decisivas para a formação das cozinhas regionais. No Nordeste, os peixes, os doces e as frutas. No Sertão, a carne-de-sol, o arroz, o feijão, a farinha de mandioca, etc. na região Sul, área de grandes pastagens, a carne (churrasco) e os pratos trazidos pelos imigrantes.
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